O final do ano costuma trazer um conjunto de desafios financeiros para muitas empresas. Entre eles, um dos mais previsíveis, e ao mesmo tempo mais problemáticos, é o pagamento do décimo terceiro salário. Embora seja uma obrigação trabalhista estabelecida e recorrente, ainda é comum encontrar empresas que chegam a novembro ou dezembro sem caixa suficiente para cumprir esse compromisso.
Quase sempre, o problema não é o décimo terceiro em si, mas a falta de planejamento ao longo do ano. É aqui que entra a provisão: uma prática simples, porém fundamental, que evita surpresas e ajuda a manter a saúde financeira da empresa.
Neste artigo, você verá:
Mesmo sabendo que o décimo terceiro virá, muitos gestores se surpreendem com o impacto financeiro. Isso acontece principalmente por três razões:
Processos financeiros que olham apenas para o mês corrente deixam obrigações anuais fora do radar. Quando elas chegam, criam um desequilíbrio inesperado.
Sem separar recursos destinados a obrigações futuras, tudo se mistura no fluxo de caixa operacional. Assim, valores que deveriam estar reservados acabam sendo usados no dia a dia.
Contratações, promoções e reajustes aumentam a folha, mas muitas vezes o planejamento de provisões não acompanha esse crescimento.
A provisão é o reconhecimento mensal de uma despesa futura certa e mensurável. No caso do décimo terceiro, a empresa sabe que terá essa despesa ao final do ano e consegue calcular seu valor com precisão.
Ao provisionar, a empresa:
Em outras palavras, provisionar não é apenas uma prática contábil, é uma ferramenta de governança financeira.
Fórmula:
Décimo terceiro mensal = salário bruto ÷ 12
Se o funcionário recebe R$ 3.000:
• provisão mensal: 3.000 ÷ 12 = R$ 250,00
• FGTS sobre a provisão: 250 × 8% = R$ 20,00
Total mensal: R$ 270,00
Para empresas com vários colaboradores, isso rapidamente se torna um valor significativo, e ignorá-lo é receita certa para problemas ao final do ano.